Maçonaria uma Faculdade na Escola da Vida

Uma pergunta que constantemente habita a mente do aprendiz é: “mas, afinal, o que é a maçonaria? O que faz? De onde veio e para que veio?.

Para essas perguntas, existem muitas respostas, todavia, nem todas são convincentes ou mesmo coerentes. Cada maçom sente a maçonaria de maneira diferente, é muito difícil encontrar dois irmãos, que sintam, vejam e compreendam a maçonaria do mesmo modo.

Uma das definições mais belas sobre a maçonaria foi dada pelo revolucionário sul-americano SIMÓN BOLÍVAR, militar e líder político.

“Maçonaria é uma praia acolhedora. Ditosos aqueles que podem alcançá-la! Felizes aqueles que podem chegar até ela, vencendo as tempestades do pensamento. No seio da maçonaria adquirem-se grandes virtudes e descobrem-se grandes gênios da ação e do pensamento. Na maçonaria, o homem aprende a elevar-se sobre o vulgar, não tem duvida em esquecer-se de si mesmo, quando necessário, desde que possa oferecer a seus irmãos um pouco de doçura na existência. É uma instituição sublime”

No ritual do grau de aprendiz maçom do Grande Oriente do Paraná, em seu preâmbulo sobre a maçonaria nos traz:

“A ordem maçônica é uma associação de homens esclarecidos e virtuosos, que se consideram irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se, uns aos outros, na pratica da virtude”

Em obras imperfeitas, estas definições são suficientes para nos convencer de que a Ordem Maçônica foi sempre, e deve continuar a ser, a união consciente de homens inteligentes, virtuosos, desinteressados, generosos e devotados, irmãos livres e iguais, ligados por deveres de fraternidade que concorrem pelo exemplo e pela pratica da virtude, para esclarecer aos homens e prepará-los para a emancipação progressiva e pacifica da humanidade. 4

2 DESBASTE DA PEDRA BRUTA

O maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa desbastar a pedra bruta, modelar e polir o material, de modo a alcançar a beleza e elegância do edifício que constrói. Conservando os sentidos desobstruídos, respeitando a humanidade usando a régua e o compasso, aprendendo a beleza das formas, sua modelagem e detalhamento, a magia das cores, a integração dos sons, a poesia de todas as artes, a expressão da causalidade, o simbolismo das idéias numa única visão espiritual.

Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi dotado de qualidades suficientes para impor condições cada vez melhores em seu habitat e a si mesmo. Nas eras pré-históricas entre os animais, começou a ser dis-tinguido como ser superior em todos os aspectos. A construção de si próprio e da sociedade em que se insere tornam o Maçom um obreiro do futuro e um construtor de novas realidades em resultado de um debate esclarecido, imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que apreendido deve ser sentido, nos mais diversos campos de ação profana. A Ciência e a Filosofia nos mostram hoje, mudanças que estão invadindo a humanidade. A começar pela terrível troca de valores entre os povos mais evoluídos e entre os homens chamados mais civilizados. E uma espécie de desintegração, de decomposição, de apodrecimento do próprio homem.

E para que o êxito deste intento não ocorra, o maçom terá que ter o domínio pleno das instruções, postura exemplar, invocando as lições imortalizadas pelos nossos antepassados, que as fizeram transcender os séculos, sempre trabalhando pela virtude e a solidariedade. 

3 CONSTRUÇÃO DO TEMPLO INTERNO

Podemos verificar que na medida em que o homem vai se apoderando do universo, pela ciência e pela técnica, vai também perdendo o domínio do seu universo interior. À medida que penetra no mistério dos mundos, tanto dos infinitamente grandes como dos pequenos, perde-se nos seus próprios mistérios. Quer dirigir o universo, mas não sabe dirigir a si mesmo.

Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em suas fronteiras geográficas, mas nas próprias fronteiras do coração humano. O verme que corrói seu interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas facilidades do mundo moderno, que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito, o orgulho do poder.

“Nenhum maçom, se bem, entender a arte, jamais será um estúpido ateu, ou um libertino irreligioso” James Anderson – 1723

Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é uma moralidade discutível. Nos países desenvolvidos, ela adquire as proporções de um verdadeiro flagelo. O crescente progresso das doenças mentais, dos desequilíbrios de toda espécie, oferecem-nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.

O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear seu fulgurante progresso, bem como temos o dever de trabalhar para esse progresso.

Nosso labor, no entanto, será em vão se, paralelamente, não trabalharmos para desenvolver no homem a consciência de seu espírito. E preciso refazer o homem para que o homem refaça o universo na ordem do amor.

Quanto maiores forem as facilidades, mais o homem terá necessidade de luz para compreender que estas facilidades são apenas meios para atingir um fim mais elevado.

Precisará de mais força interior para não se apegar a elas, mais necessidade de amor terá a fim de não capitalizá-las em seu próprio benefício e em detrimento de seus irmãos. 6

4 VALORES DE UM MAÇOM

Nós homens precisamos nos lembrar da existência do Grande Arquiteto do Universo, que emana nossas forças vitais para nossa subsistência, com amor, fraternidade e liberdade.

Com base nos conceitos filosóficos, a Maçonaria teve sua origem, baseada nas grandes escolas filosóficas da antigüidade, as quais, indistintamente, tiveram sua origem e inspiração nos Mistérios. O templo simbólico e filosófico, é construído dia a dia nos corações dos VERDADEIROS MAÇONS, para servir de moradia ao G:.A:.D:.U:., e de onde devem ser expulsas as paixões, as intransi-gências, os vícios e mesquinharias.

O Ritual deve ser estritamente observado, e a moral maçônica espartanamente cultivada dentro e fora do templo.

Só assim, poderemos passar, corretamente, para os nossos descendentes de boca a ouvido, as maravilhosas lições deixadas pelos nossos antepassados e que são, nada mais, nada menos, que o amor e a fraternidade, o respeito e a igualdade, a humanidade e a tolerância entre todos os irmãos na face da Terra. 7

5 CONCLUSÃO

Entre a faculdade no mundo profano e a do mundo maçônico, se é que podemos chamar de faculdade no mundo maçônico, existem entre elas dois momentos inversamente proporcionais.

A do mundo profano, para os pais e amigos, o ponto mais alto é a formatura, para o calouro é o vestibular, depois de aprovado, ele fica livre das pressões, da obrigação de ser aprovado e conseguir uma vaga, a formatura é uma decorrência normal do curso.

Na ordem maçônica para a família, o padrinho e Ir que o conhecem, o ponto alto é a iniciação. Para o candidato deve ser o que vem depois da iniciação, ele deve pensar no leque de amizades que ira fazer, os ensinamentos que lhe serão ministrados, e como ele usufruirá disso dentro e fora da ordem, como ele se portará no desbaste da pedra, como construirá o seu templo interno e principalmente a postura que deverá ter daí para frente, pois em determinadas situações ele terá que se lembrar que pertence a uma ordem que prega tolerância, igualdade, fraternidade que sua postura deverá ser sempre condizente com a de um verdadeiro maçom.

A maçonaria ao contrario dos Templários, não exige de seus membros, voto de castidade, pobreza, etc. Mas exige moderação em seus impulsos.

A maçonaria não é uma escola de fazer santos, e sim uma faculdade na escola da vida, tentando fazer homens profanos, responsáveis, fiéis, aos princípios morais da Sociedade em que vivemos.

Somos isso? Somos assim? Nem sempre. Somos homens e, como tal estamos sujeitos a toda espécie de erros.

Devemos intensificar nossa busca na construção de nosso templo interno, e buscar sempre êxito nas provas dadas a cada dia na escola da vida.

“Poderão vir derrubar esse templo, mas não destruirão nossos corações, poderão impedir nossas reuniões, mas nossa unidade espiritual, não.

Poderão proibir que nos chamemos de irmãos, mas não que o sejamos. “Salve a maçonaria, quando tudo está sob corrente, tu és o único estado livre, nessa terra devastada” (Draske)

Leonardo Loubak
Leonardo Loubak
Artigos: 191

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