O Papel do Maçom na Sociedade

Livre e de bons costumes, o Maçom atua, constantemente, na sociedade a que pertence, de inúmeras maneiras e valendo-se de diversos meios pelos quais possa influenciá-la. Ele, portanto, exerce um papel importante, na medida que, sendo de origem variada, ele permeia todos os estamentos sociais e se faz presente nas mais distintas e importantes funções, seja no serviço público, quando a ele estiver vinculado, seja na iniciativa particular, se é ali que desempenha o seu trabalho. É importante para todos nós, portanto, ter uma percepção o mais exata possível e um entendimento tão amplo quanto se possa atingir, desse papel que todos sabemos existir, mas nem todos conseguimos delimitar muito bem.

Todos vivemos em comunidade, seja ela extensa e diluída, como é o caso das grandes cidades, seja ela compacta e limitada, como nas orbes de menor porte. Como cidadãos, temos o dever de participar das iniciativas comunitárias de interesse geral, mormente quando somos solicitados a isso, mercê de nossas qualificações pessoais e da nossa posição na estrutura social. Como maçons, temos a obrigação moral, assumida por juramento, de influenciar o meio social em que vivemos por todas as formas ao nosso alcance, quer individualmente, quer de maneira coletiva, e esta, através de associações, entidades, organismos oficiais e… a Maçonaria.

A nossa Ordem não se destina a desempenhar um papel proeminente nem a interferir em assuntos oficiais diretamente, como alguns poderiam gostar de ver. Ao contrário, ela reúne homens de variadas formações culturais, sociais e morais, identificados, simplesmente, como livres e de bons costumes, com a finalidade de ampliar as qualidades de que são já detentores e, quando possível, fazer desabrochar outras, adormecidas ainda, de modo que, ao atuarem na sociedade a que pertencem, possam ser propagadores de uma doutrina voltada para a prática desinteressada da virtude e a busca incessante da verdade.

  1. Os papéis do Maçom

Então, podemos alinhar alguns pontos que caracterizam o papel do homem maçom na sociedade, assim entendendo o meio social da comunidade a que pertence e, por extensão, o conjunto da nação onde nascemos e vivemos. Esses pontos são, por assim dizer, lindeiros da ação maçônica em benefício da coletividade, na busca pela paz social, um dos objetivos permanentes da nossa nação.

O primeiro papel é desempenhado quando o maçom procede, na sua vida particular e profissional, com absoluta pureza, com lisura, dignidade e honestidade, sempre se valendo dos valores morais que buscamos desenvolver e maximizar. O seu exemplo de honradez, dignidade e exatidão no cumprimento dos seus deveres profissionais, assim como o seu papel de homem íntegro junto à sua família, a quem conduz com a mesma dignidade, associada ao amor que lhe dedica, é marca imarcescível que lega aos que o cercam e aos seus pósteros.

Outro importante papel é o que o maçom exerce ao participar dos esforços coletivos em prol da obtenção de resultados sociais efetivos e necessários, seja ao chamado da voz oficial, seja pela própria iniciativa, a partir de entendimentos com seus irmãos. Neste caso, as Lojas maçônicas podem e devem orientar a aplicação desse esforço, traçando as diretrizes e normas que lhe dão sustentação e orientação. Nesse papel, o maçom trabalhará sob a mesma inspiração filosófica que desenvolveu na Ordem, a partir da sua boa formação inicial. Ele procederá associado a organizações não maçônicas que possam e queiram participar da busca dos objetivos colimados, entre os quais citamos, como exemplo, o combate à maldição das drogas, a implementação de medidas de segurança pública, os esforços de melhoramento do ensino público, a luta contra doenças sexualmente transmissíveis etc.

Mais um outro papel relevante pode prestar, o maçom, na sua atuação junto à sociedade que o acolhe: é aquele de servir de meio de transferência dos ensinamentos maçônicos a todas as pessoas, através de palestras, conferências, visitas às escolas, simpósios, etc. Usando o seu poder de convencimento, ele vai implantando as sementes de cultura filosófica que, ao vingarem no fértil terreno do espírito humano, vão ajudar a propagar as nossas premissas e a contribuir para o melhoramento do ser humano, seu alvo primordial.

Algumas comunidades, como as de bairro e os municípios, organizam-se para ações específicas na direção desses objetivos e de muitos outros de seu interesse próprio. O maçom participará dessas iniciativas sempre que for chamado, seja como integrante dos poderes públicos, seja como cidadão capaz de oferecer seus esforços e recursos para o atingimento do fim traçado. Mesmo que não declare, de público, a sua condição de maçom, o obreiro deve proceder, opinar e votar, sempre, de acordo com a sua consciência e à luz inspiradora dos nossos ensinamentos. É nesses momentos que ele tem que ter em mente as várias oportunidades em que, ajoelhado ante o Livro da Lei e seus irmãos, ele assumiu, livremente, o compromisso de sempre defender, propagar e incentivar os princípios basilares que a Ordem o fez compreender e adotar.

Citemos, ainda, um papel de notável importância, que é o que o maçom desempenha ao participar das atividades beneficentes e solidárias, seja da sua Loja, por iniciativa desta, seja das organizações beneficentes não maçônicas, como Rotary Club, Lions Club, Cruz Vermelha e outras tantas existentes em sua comunidade. Atuar com elas e através delas em ações beneficentes e de solidariedade é um salutar exercício dos princípios maçônicos e uma oportunidade ímpar de ser útil à sociedade, ainda que, aparentemente, o que quer que tenha feito lhe pareça pouco. Pode ser pouco, se considerado do ponto de vista de quem faz, individualmente, mas é muito, se temos a perspectiva de quem se beneficia dessas ações, sempre pessoas carentes de quase tudo, principalmente de amor e calor humano.

  1. Conclusão

Vimos, então, que o Maçom não tem um, mas sim, muitos papeis a desempenhar na sua comunidade, no seu meio social, na sua cidade. Ele é o portador de uma mensagem oculta nas suas ações, atitudes e iniciativas, servindo como um portador de comportamentos que servirão de modelo para os que o cercam. Ele atua individualmente, no seu trabalho, nas suas horas de lazer e descanso, na sua família e entre os seus amigos. Também age como ser social, incorporado àquelas instituições que tratam de resolver os problemas da sociedade, agindo em conjunto com os poderes públicos e as organizações não governamentais, em benefício do bem-estar coletivo e da paz social. E opera nas ações de beneficência, como integrante das forças que trabalham para mitigar as necessidades dos menos afortunados.

Através das iniciativas da sua Loja, o Maçom pode, de alguma forma, ser partícipe da construção de um mundo melhor. Para isso, deve decidir-se por não se omitir, não dar de ombros, como se tais programas não fossem da sua conta. Deve oferecer-se, voluntária e espontaneamente para o trabalho maçônico de produzir o bem em todas as suas expressões, na forma e intensidade que a Loja identificar como possível e necessária, participando no planejamento, na execução e na avaliação de tudo o que for feito, lembrando-se, sempre, de que, afinal, somos todos filhos do mesmo Pai, que nos concedeu uma chispa de Sua divina Luz para que compreendamos nosso verdadeiro papel social: o de mensageiros da Verdade e do Bem.

José Prudêncio Pinto de Sá – M. I.- GOB

122.900

Leonardo Loubak
Leonardo Loubak
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