À Luz daquela figueira

Quando as nuvens se dissiparem, depois de todas as estradas percorridas por teus pés, descansa à sombra daquela figueira e eleva teu pensamento ao amanhecer da nova humanidade.


Quando as águas se acalmarem nos mares revoltos de teus olhares, volta-te para as areias douradas do teu coração; mesmo que cansado com as destemperanças humanas, este será sempre teu casulo mais sagrado.
Quando as terras se acomodarem nas planícies dos teus pesadelos, bem como dos teus sonhos mais nobres, alisa com tuas mãos o tapete de chão que te acolhe e semeia, mais uma vez.

Quando as estrelas recomeçarem a cintilar no horizonte celeste, estica os braços da tua alma e acarinha com gratidão cada centelha divina que te olha com o respeito sagrado, com o amor que une todos os céus e terras.
Quando todos os teus semelhantes forem reunidos no círculo de todas as Eras, lembra-te de que onde há tempo é necessário que haja ciclos, e de que onde há espaço é necessário que haja locais de recomeço.

Quando sentires a tua Essência vibrar, e suaves arrepios percorrerem o alto da tua cabeça, dos teus braços, e uma lágrima insistir em brilhar na janela da tua emoção, lembra-te que estás em conexão com o Sagrado.
Quando os restos dos flagelos humanos insistirem te proibir tais emoções, entrega-te às Harpas do Infinito e permita que te envolvas na sacralidade da Música das Esferas e chora teu pranto de alegria.

Quando estiveres acima de tudo o que passou, de tudo o que cumpriu sua missão, de tudo o que precisou ser transmutado pela Sabedoria Divina, contempla os teus novos destinos com entusiasmo.

Quando ouvires que a Voz te chama, levanta-te e anda; com a coragem dos justos, com a determinação dos vencedores, com a certeza dos mártires e com a humildade dos sábios.

E quando te ajoelhares diante do teu novo altar, lembra-te que não mais estás nos descaminhos de um tempo que já se foi, mas sim, nos canteiros sagrados das novas dimensões da Vida.

Tu foste um ser humano que bebeu a aridez dos teus próprios desertos e dos desertos que te impuseram; que comeu o pão mortiço que te deram como substancial, mas caminhaste e descobriste o verdadeiro trigal.
Tu foste alguém a quem impuseram medos, ilusões e a tirania da ignorância; mesmo assim, após a noite de lágrimas sob o sudário de teu rosto, conseguiste sorrir, recompondo-te com bravura.

Parece que eu te falo coisas com incógnitas. É porque estás lendo apenas a roupa das letras. Quando pedires permissão à tua intuição, saberás ler as letras nuas, que se banham nas novas águas da Vida.

Mas vem! Vou te trazer até as margens deste rio. O que vês? Sim, necessário se faz releres estes escritos, porém, com tua mente voltada para o amanhã. O amanhã da humanidade.

É lá que estão sendo delicadamente tocadas as Harpas do Infinito. Pelos dedos de todos aqueles que já se libertaram dos ciclos de aprendizado na matéria; pelas asas dos Anjos e Arcanjos e dos Santos e Mestres.

Eis, alma da minha alma, que dos confins mais distantes de todos os céus, até ao olhar iluminado desta manhã, ecoa a melodia sagrada que aos ouvidos que sabem ouvir representa um Chamado. Apresenta-te, pois!
Apresenta-te sem medo das Verdades e das Revelações que já te chegaram a passos de silêncio, mas que agora se despejam como chuva de ensinamentos abençoados sobre todas as águas e solos da Terra.

Hoje estou te presenteando com duas incitações: a primeira, representa aquilo tudo que não deu certo nesta civilização; e a segunda, todas as coisas que estão por acontecer em nome da Transformação das Eras.

Eu te disse antes que onde há tempo é necessário que haja ciclos, e que onde há espaço é necessário que haja locais de recomeço. Uma vez que o Universo é o primeiro a obedecer às Suas próprias leis.

Quando as nuvens se dissiparem, depois de todas as estradas percorridas por teus pés, descansa à luz daquela figueira e eleva teu pensamento ao amanhecer do mundo.

Vem ouvir a Música das Esferas! Vem tocar as Harpas do Infinito! Pois tuas mãos são preciosas nessa reforma de ciclos, nessa purificação necessária para a evolução de todas as criaturas, de toda a humanidade.
Eu Sou o Novo Tempo…

Dedicado ao filósofo espiritualista José Trigueirinho Netto

© Copyright 2011 – Carlos Morandi

Fonte:  http://carlosmorandi.blogspot.com


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Leonardo Loubak
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