Dia Nacional do Maçom
Sobre a comemoração de 20 de agosto, data maior da Maçonaria Brasileira, muito poder-se-ia falar, principalmente se recorrêssemos à pesquisa da história dos episódios que se sucederam na noite memorável de 20 de agosto de 1.822.
“Aos 20 dias do 6º mês do ano de 5.822 da V. L., estando junto o Povo Maçônico das Lojas Metropolitanas, que haviam sido convocadas para uma Assembléia Geral, tomando o Grande Malhete o nosso Ir. 1º Grande Vig. Joaquim Gonçalves Ledo e preenchidos os lugares dos Grandes Oficiais, se deram início aos nossos augustos trabalhos, abrindo-se a Grande Loja Brasílica no grau de Ap.M, com todas as formalidades prescritas na nossa liturgia”.
O que acabamos de ler é um trecho da ata da 14ª sessão do Grande Oriente do Brasil, levada a efeito naquela data. Em dita sessão, conforme consta na Ata, em veemente discurso, o Irmão Joaquim Gonçalves Ledo, no exercício do Primeiro Malhete, focaliza as razões que levaram à convocação da Assembléia Geral ali reunida e composta do Povo Maçônico das Lojas ” Comércio e Artes, União e Tranqüilidade e Esperança de Niterói, esta última ainda em plena atividade. Tais razões referiam-se ao conhecimento prévio de correspondência remetida a D.Pedro I pela Princesa Leopoldina na qual ameaçava D.Pedro a retornar a Portugal caso ele não se submetesse ao poder central da Coroa. Constava, também, em tal correspondência, a iminência do embarque de três batalhões para restaurar a disciplina em terras brasileiras. E foi, em virtude de tais ameaças, que Gonçalves Ledo, em inflamado discurso, proclamou, naquela memorável noite a “independência do Brasil”, do jugo português. Alguns historiadores de formação maçônica dizem que, além da correspondência vinda de Portugal e que continha ameaças a D. Pedro que se encontrava, em 7 de setembro, “às margens do Ipiranga”, junto chegou uma prancha sobre a “Assembléia do Povo Maçônico” em 20 de agosto onde se precipitou a proclamação da Independência Brasileira. Após essas leituras, o futuro imperador decidiu-se e confirmou a proclamação, através do lendário grito: “Independência ou Morte” !
Durante os dias 17 e 22 de junho de 1.957 E\V\reuniu-se a 5ª Mesa Redonda da Maçonaria Simbólica, em Belém do Pará. E, março daquele mesmo ano a Loja Maçônica “Acácia Itajaiense” da cidade catarinense de Itajaí , houvera proposto à Grande Loja do Estado de Santa Catarina a instituição de uma data que levasse o nome de “Dia do Maçom”, data essa que seria comemorada em 21 de abril e destinada a lembrar o herói Tiradentes e também o dia do estabelecimento daquela Grande Loja. A Diretoria daquela Grande Loja sentiu a importância da idéia, não como data estadual, mas, antes, como uma data nacional a ser lembrada por todos os Maçons brasileiros e, assim, levou a proposta para ser apresentada aos componentes da 5ª Mesa Redonda sem, contudo, indicar qualquer dia em especial, para as comemorações . Então, por sugestão da Grande Loja de Minas Gerais, foi lembrado a data de 20 de agosto, em homenagem e “in memorian” daquele memorável episódio em que o grande maçom Joaquim Gonçalves Ledo houvera proclamado, no Templo Maçônica onde se reuniram as três Lojas Metropolitanas já anteriormente citadas, a independência da Nação Brasileira, posteriormente ratificada, em 7 de setembro, pelo Maçom e Príncipe Regente D. Pedro de Alcântara. Submetidas à votação, as duas propostas tiveram aprovação unânime, ficando então, o dia 20 de agosto instituído como o “Dia do Maçom Brasileiro” a ser devidamente celebrado todos os anos.
Lembramos, ainda, que por iniciativa do nosso Ir\ Deputado Estadual Wanderley Ávila, a Assembléia Legislativa do Estado já aprovou e instituiu oficialmente em Minas Gerais o 20 de agosto como a data dos Obreiros da Arte Real.
No dia 22 de fevereiro comemora-se o dia Internacional do Maçom, que foi instituído em 1.994, durante a reunião anual dos Grão-mestres da América do Norte, realizada em Washington, EUA, da qual participou, como observador convidado, o Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil, Francisco Murilo Pinto, ao lado de vários Grão-mestres Europeus. Nessa ocasião o Grão-mestre da Grande Loja Regular de Portugal propôs que a data de nascimento de George Washington – 22 de fevereiro – fosse considerada como o dia Internacional do Maçom, porque, na realidade, George Washington foi um dos maiores maçons de sua época e o maior nome do movimento de independência dos Estados Unidos. A proposta foi aprovada por unanimidade e, em decorrência disso, o Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil instituiu através de Decreto de 10 de fevereiro de 1.995, o Dia Internacional do Maçom a ser comemorado por todas as Lojas da Jurisdição.
Esta, meus IIr. é a história resumida da instituição do 20 de agosto como nossa data maior quando rendemos homenagens não só aos valorosos IIr. que tomaram parte na decisão da Assembléia do Povo Maçônico, mas também a todos os demais que já partiram para o Oriente Eterno e aos atuais que, de uma forma ou outra, têm estado sempre na linha de frente em defesa dos interesses da Sublime Ordem, interesses esses que outros não são do que os de promover o bem estar da Pátria e da humanidade, erguendo templos à virtude e cavando masmorras ao vício.
Nêodo Ambrósio de Castro – M.I.— 33º REAA
neodo@brasilmacom.com.br
A. R. L. S. Centenária Benso di Cavour n° 028 – GLMMG
Or. Juiz de Fora MG
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