Trabalhando a minha pedra bruta

Trabalhando a minha pedra bruta” é uma frase usada pelos maçons para significar que estão a tentar aplicar as lições da Fraternidade para melhorar de alguma forma, talvez moral ou espiritualmente ou, espera-se que, e mais importante, comportamentalmente. Os maçons que usam esta frase indicam que estão a tentar mudar algo em si mesmos, tentando mudar o modo como se comportam.  Provavelmente já ouviu isto ou até o usou ou disse você mesmo. Mas o que é que isto significa realmente? Nós realmente nos mudamos a nós mesmos, especialmente o nosso comportamento, ou apenas nos cumprimentamos pelos “bons” homens – as pedras perfeitas – que já somos?

Vamos olhar para o ritual. A pedra bruta no primeiro grau é aquela “pedra tirada da pedreira no seu estado bruto e natural” para nos lembrar do nosso próprio estado natural e bruto. A pedra bruta é “preparada” ou aperfeiçoada para ser usada pelo construtor na construção do seu templo. Como é que isto acontece? Para pedreiros operativos, a pedra bruta é aperfeiçoada por subtracção. O malhete de uso comum é usado para quebrar as partes ásperas e supérfluas ou desnecessárias, deixando apenas o que é belo e útil. O simbolismo é claro, mas será que nos vemos nele? Vemos que somos a pedra bruta rude e imperfeita que precisa de ser aperfeiçoada para fortalecer e apoiar a construção dos nossos próprios templos? Vemos as partes ásperas e supérfluas que precisamos de quebrar e de nos livrar? Vemos que temos um comportamento que precisa mudar? Acho que um olhar honesto no espelho nos dirá que não.

Quando nos olhamos ao espelho, vemos um homem cheio de orgulho ou um Maçom humilde? Vemos um homem que se apega e defende todas as suas opiniões ou um Maçom que mantém a mente aberta? Vemos um homem que regularmente provoca raiva ou desespero nos outros ou um Maçom que é mais circunspecto? Vemos um homem que lutaria em todas as lutas, não importando o quão mesquinhas sejam, ou um Maçom que se afasta? Vemos um homem que vê as coisas apenas do seu próprio ponto de vista ou um Maçom que procura compreender e facilmente cria empatia com o outro? Vemos um homem que demoniza aqueles de quem discorda ou um Maçom que reconhece que o Divino que vive dentro dele também vive dentro deles?

Então olhemo-nos no espelho. Vemos o Maçom que queremos ser ou o homem que não queremos? Melhor ainda, olhemos para o Facebook, Twitter e outras redes sociais – as nossas postagens e os nossos comentários – vemos o homem em quem desejamos que as pessoas pensem, quando pensam na Maçonaria? Se não, comecemos a trabalhar com o nosso malhete. Rompamos e subtraiamos as partes supérfluas – as nossas paixões e preconceitos. Mudemos o nosso comportamento e o nosso coração. Livremo-nos do lixo que precisarmos de remover para que o homem que somos se possa tornar no Maçom que desejamos ser.

Meus Irmãos, agora mais do que nunca, o nosso país precisa que façamos isto. A nossa fraternidade e a nossa Loja precisam que façamos isto. Mais importante ainda, NÓS precisamos que nós façamos isto. Se achamos que não, então o que estamos a fazer aqui?

Brian L. Pettice

Tradução de António Jorge

FREEMASON.PT

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