MAÇONARIA, SAÚDE E RELIGIÃO

O Maçom que vive a Maçonaria também adquire a capacidade de refrear os desejos e desregramentos; outra expressão de liberdade. Ao se dominar, se determinar, faz aquilo que quer, e não o que determinam os seus desejos tirânicos e descontrolados. Aprende que a razão domina os desejos, mas não os elimina; luta que nunca acaba.
A sabedoria mais assentada sabe perfeitamente que não se deve baixar a guarda diante da força dos desejos selvagens. É por isto que ele evita empanzinar-se com excessos de comida e bebida e leva a vida com moderação. Sabe que a racionalidade sozinha não tem como lidar directamente com os desejos.
Deduz nos seus estudos que o homem não é apenas ventre e cabeça, o treino leva-o a desenvolver forte espiritualidade. Não uma crença naquilo que não vê ou determinado pela fé em dogmas, mas a inspiração racional de que existe de facto uma mente orientadora, um princípio criador que dirige a dança da vida.
As religiões não estão dispostas a acordos ou negociações como é de se esperar numa sociedade que cresce vertiginosamente em termos de conhecimento tecnológico. O de mente aberta por sã racionalidade identifica a existência de um Grande Arquitecto em todas as obras de criação da biosfera e fora dela. Já os crentes nas palavras, tidas como escritas por inspiração divina, resultado de inspiração de deuses antropomórficos, não possuem tal liberdade e interpretam os livros escritos por outros homens, impondo-os aos demais como verdades absolutas; não existe acordo com o fundamentalismo religioso.
O radicalismo fanático religioso é outro instrumento do sistema económico mundial para matar e submeter os pobres ao estado numa espécie de fornicação; exemplo disto foi vivenciado durante a segunda guerra mundial, quando padres e pastores, em ambos os lados das fronteiras, incitavam os seus soldados: – “vão lá e matem em nome de Deus e do país” – estando do outro lado soldados que pertenciam às mesmas religiões.
Aquelas instituições religiosas que se negaram, tiveram os seus seguidores perseguidos e eliminados. Isto também aconteceu com os maçons, porque a eles foi dada a oportunidade de exercerem a sua capacidade libertadora através do exercício do livre pensamento, do estudo diligente que conduz à liberdade com responsabilidade; deduz-se que nem sempre o livre pensamento e o livre arbítrio exercido com responsabilidade, trás felicidade, pode também propiciar a morte. Para tais momentos é importante o aporte de forte capacidade espiritual.
A Maçonaria oferece o desenvolvimento de espiritualidade desvinculada dos extremismos das religiões radicais; incentiva a prática da religião na medida em que propicie o nascimento da espiritualidade, dentro daquilo que a razão pode tratar e que liberte as pessoas da escravidão imposta pelo fundamentalismo; encoraja a prática de uma religião como iniciadora de uma caminhada sem intermediação; uma espiritualidade flexível e disposta a acordos em sincronia com o fluxo da evolução científica e social.
É um facto que os laboratórios farmacêuticos não têm a mínima vontade de efectuar investimentos para desenvolver pesquisas em medicamentos para os pobres. Muito menos em obter soluções simples e baratas para minimizar doenças.
Não se investe pesado em saúde pública preventiva.
Políticas de esterilização e contracepção são combatidas pelas religiões, a sua hipocrisia aceita com mais facilidade a matança posterior imposta pelo sistema económico mundial que prevenir.
É financeiramente mais vantajoso matar depois de exaurir a capacidade produtiva por doenças – algumas naturais, outras fabricadas.
A listagem de doenças é enorme. Algumas pragas para reduzir a população mundial: SIDA; vírus ébola, lassa ou marburgo; doenças respiratórias; sarampo; cólera; malária; tuberculose; gripe a; aleitamento por mamadeira; e tantos outros.
Adicionem-se drogas, falta de água potável, falta de espaço vital e outras necessidades, e os quadros são dramáticos, dignos do inferno de Dante.
Os mecanismos de busca do equilíbrio estão em acção; matando os dispensáveis – só alienados, que não pensam com isenção e razão, desapercebem a execução em massa.
A liberdade só é obtida com pessoas saudáveis. Pobres e doentes são descartados para limitar a população dentro de parâmetros que garantam a sobrevivência daqueles que podem pagar o preço.
O que se vê é apenas um faz-de-conta nos investimentos em educação e saúde.
É para o despertar disto que a Maçonaria cria o ambiente propício para trabalhar a mente dos seus adeptos, incentivando-os em buscarem a liberdade pelo pensamento, dedicado a encontrar soluções para a humanidade sair desta situação terrível que vive.
A sedimentação de princípios para ajudar a humanidade a transpor esta fase com o menor dano é maior onde se vê a prática de debates, palestras ou estudos em lojas, sejam elas de natureza filosófica, sociológica, antropológica, ou outra. O Maçom que estuda e age conforme o que aprende do seu relacionamento com outras pessoas, detentoras da mesma orientação mental, não é conivente com a mortandade que ocorre ao redor, antes, torna-se multiplicador de posturas que libertam o cidadão para a vida com felicidade com isto demonstrando que o Grande Arquitecto do Universo tem um projecto inteligente de felicidade para as suas criaturas.
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Bibliografia:
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ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade Entre os Homens, tradução: Ciro Mioranza, primeira edição, Editora Escala, 112 páginas, São Paulo, 2007.
Charles Evaldo Boller